Documentário do Festival Internacional de Cinema

“De volta ao quarto 666”

No dia 14 de outubro fui para a faculdade mas a professora havia cancelado a aula do dia, sem querer ir pra casa acabei ficando por lá e a coordenadora do curso me vendo “jogar conversa fora” com os amigos nos intimou a assistir um filme que iria passar no Auditório Zélia Gattai.

Fomos os primeiros a chegar no espaço, onde até então só estava o diretor do filme, a produtora e o operador de áudio e vídeo da faculdade. Esperamos o inicio da exibição do filme, ainda indecisos se ficaríamos até o final ou não mas dispostos a gostar do que iriamos assistir.

Tratava-se de um documentário de um documentário. “De volta ao quarto 666” foi inspirado no “Quarto 666” de Wim Wenders, rodado em Cannes, durante o festival de 1982, nesse filme Wenders reune grandes diretores e escreve perguntas para que se discuta a respeito do futuro do cinema. O cenário é muito simples e sempre o mesmo: uma cadeira com o convidado em frente a uma câmera fixa e um televisão ligada dentro de um quarto de hotel.
Gustavo Spolidoro, diretor de “De volta ao quarto 666” estruturou o seu documentário da mesma maneira que o filme de 1982, a exceção da televisão ligada no quarto do hotel que deu lugar a um notebook que passava cenas de “O quarto 666” sendo comentadas por Wim Wenders, idealizador do primeiro filme.
O conteúdo do documentário é muito bom, discute-se o futuro do cinema em uma liguagem facil de entender, partindo de questionamentos triviais como: Os videocassetes vão acabar com as salas de cinema? Os filmes estão ficando cada vez mais televisivos? Vivemos a era da morte da arte cinematográfica? E mais interessante ainda é perceber a linha tênue entre o que foi respondido a 26 anos atrás e o que acontece hoje.

Wim Wenders deu uma aula sobre o papel do cinema, como mais que um produto audiovisual na sociedade, mas também exemplificou, da maneira mais sucinta possível, como me deixar entediado. Achei cansativo, foram minutos que não acabavam enquanto eu me deparava com a mesma cena, um personagem apático e “seres” – cenas dos diretores do primeiro filme – que davam um ar fantasmagórico ao documentário.

Gostei do que aprendi mas talvez eu não fosse o público alvo de Gustavo Spolidoro, ao menos nesse filme, porque durante o debate após exibição do vídeo, o diretor falou mais sobre suas obras e me convenceu até a recomendar que mais pessoas assistam “De volta ao quarto 666”.

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